No dia 15 de maio de 1847, na Hungria, o médico obstetra Ignaz Semmelweis defendeu e incorporou a prática de lavar as mãos como uma atitude obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. A partir dessa iniciativa simples e eficaz, foi observada uma considerável redução na taxa de mortalidade das pacientes. 

Por essa razão, o 15 de maio foi incorporado ao Calendário da Saúde como o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, instituído pela Lei 11.723/2008. A data tem o objetivo de conscientizar autoridades, gestores e profissionais dos serviços de saúde, além da população em geral, sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade.  

Neste ano em que enfrentamos uma pandemia de grandes proporções causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), o papel dos profissionais que atuam na prevenção e no controle das infecções ganha ainda mais relevância. Isso porque são eles os responsáveis pela coordenação de todo o processo de prevenção da transmissão de doenças nos serviços de saúde brasileiros. 

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As infecções hospitalares são aquelas adquiridas após a entrada dos pacientes nas unidades hospitalares. Podem se manifestar tanto durante a internação como após a alta. Representam um grave problema de saúde pública pela sua gravidade e pelo aumento do tempo de internação, e em muitos casos podem levar à morte. 

Desde sua criação, em 1999, a Anvisa coordena o Programa Nacional de Infecções em serviços de saúde, mas ela não trabalha sozinha. Uma rede nacional formada pela Agência, pelos estados, pelo Distrito Federal, pelos municípios e pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) é responsável pela vigilância de indicadores e pelo monitoramento local e nacional das taxas de infecção hospitalar.

Além disso, está a cargo dessa rede a implementação de ações para a prevenção, investigação e controle de infecções e surtos infeciosos nos serviços de saúde, com um empenho especial para capacitar os profissionais de saúde e toda a população usuária desses serviços para que eles possam ser agentes ativos na prevenção das infecções. 

No âmbito das políticas públicas, a Anvisa desenvolveu o Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS 2016-2020), com o objetivo de diminuir a incidência nacional das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). O PNPCIRAS orienta o trabalho desenvolvido por essa rede nacional de prevenção às infecções. 

A baixa adesão ao uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs) e à higiene das mãos ainda são fatores importantes para a disseminação de infecções nos serviços de saúde brasileiros. Neste atual cenário de pandemia da Covid-19, porém, destacam-se pelo menos dois aspectos positivos: o aumento da credibilidade e da valorização dos profissionais envolvidos na prevenção e no controle de infecções, e a comprovação de que medidas simples como a higiene das mãos salvam vidas. 

A Anvisa agradece a todos os incansáveis guerreiros anônimos que, no seu dia a dia, não medem esforços para promover ações de prevenção e controle das infecções. Esses profissionais de saúde realizam um papel fundamental: promover a segurança e a qualidade dos serviços de saúde em nosso país. 

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