Anvisa publica relatório sobre bancos de tecidos
Indicadores de qualidade dos bancos de tecidos são ferramentas para o planejamento das atividades de regulamentação, monitoramento e fiscalização do setor.A Anvisa reuniu em um relatório os dados de produção dos 63 bancos de tecidos em funcionamento no país, comparando número de doadores, quantidade de tecidos obtidos e descartados, aproveitamento efetivo das doações em transplantes, criando um coeficiente para quantificar o descarte de tecidos e fazendo a listagem das condições que determinaram o descarte, por exemplo.
Os bancos de tecidos são os estabelecimentos que realizam a triagem clínica, social, física e laboratorial dos doadores, a retirada, a identificação, o transporte, o processamento, o armazenamento e a disponibilização dos tecidos humanos, de forma a garantir sua qualidade e segurança.
Bancos
No Brasil há 53 Bancos de Tecidos Oculares, seis Bancos de Tecidos Musculoesqueléticos três Bancos de Pele e um Banco de Tecidos Cardiovasculares, com maior concentração destes bancos, nesta ordem, nas regiões Sudeste (25), Sul (17), Nordeste (12), Centro-Oeste (5) e Norte (4).
A avaliação dos dados de produção e dos indicadores de qualidade, de forma geral e individualizada por banco, é ferramenta importante para o monitoramento dos serviços. Esses dados podem ser usados pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária de forma complementar às ações de inspeção sanitária e pelo próprio banco de tecidos como instrumento de melhoria dos seus processos de trabalho.
A proposta da Anvisa é utilizar cada vez mais os indicadores de qualidade dos bancos de tecidos como ferramentas para o planejamento de suas atividades de regulamentação, monitoramento e fiscalização e para as ações coordenadas com o Ministério da Saúde na definição de políticas aplicadas a esses estabelecimentos.
Tecidos Oculares
O número de Bancos de Tecidos Oculares em funcionamento no país passou de 47 em 2015 para 53 em 2016, com destaque para os estados de Rondônia e Tocantins que passaram a contar com esse tipo de serviço. O número de doadores de tecidos oculares sofreu um aumento de 6% em 2016 comparado ao ano anterior.
Os cinco estados com os maiores números de doadores foram, em ordem decrescente: São Paulo (7.471), Ceará (1.073), Minas Gerais (1.059), Paraná (1.002) e Santa Catarina (819). Os cinco estados com os menores números de doadores foram, em ordem decrescente: Sergipe (78), Mato Grosso (73), Rio Grande do Norte (69), Rondônia (36) e Tocantins (3). Além disso, os dados mostram que em 2016 foram fornecidas para transplante 17.500 córneas, um aumento de quase 7% em relação a 2015.
O percentual de córneas descartadas em relação às córneas preservadas ficou em 37%, o que indica que a cada 100 córneas preservadas, aproximadamente 40 foram descartadas. Os principais motivos para o descarte das córneas preservadas estão relacionados à validade expirada (córneas tectônicas), marcador reagente para hepatite B (anti-HBc) e qualidade imprópria para uso.
Tecidos Musculoesqueléticos
O número de peças de tecidos musculoesqueléticos (tecido ósseo, tendão, fáscia e cartilagem, inteiros ou em pedaços, retirados do doador) obtidas foi de 1.628 e o número de unidades (peça ou derivado da peça resultante do processamento) produzidas foi de 16.904. A quantidade de doadores foi de 234, praticamente igual ao ano de 2015.
Os Bancos de Tecidos Musculoesqueléticos, localizados em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Passo Fundo(RS), forneceram 14.228 unidades de tecidos para uso odontológico e 2.093 unidades de tecidos para uso ortopédico em 2016, o que representa um decréscimo de 20% no fornecimento de tecidos para a odontologia e um acréscimo de 26% no fornecimento de tecidos para a ortopedia em relação a 2015.
Pele
Os bancos de pele em funcionamento no ano de 2016, localizados em Curitiba (PR), Porto Alegre(RS) e São Paulo(SP), foram responsáveis pela produção de 83.996 cm2 de pele oriunda de 83 doadores e pelo fornecimento de 88.865 cm² de pele.
Apesar da queda na quantidade de doadores de pele, que passou de 90 em 2015 para 83 em 2016, houve um aumento de 19% na quantidade de pele produzida e de 39% na quantidade de pele fornecida para uso se comparado ao ano anterior.
Confira a íntegra do Relatório de Dados de Produção dos Bancos de Tecidos – Ano 2016.
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