Divulgado relatório sobre produção nacional de embriões
Em sua 13ª edição, relatório do SisEmbrio revela que o número de ciclos de fertilizações in vitro vem crescendo no Brasil ao longo dos anos.Já está disponível para consulta o 13° Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), produzido com dados de 2019. O documento reúne informações sobre a produção dos Centros de Reprodução Humana Assistida (BCTGs), também conhecidos com clínicas de fertilização ou Bancos de Células e Tecidos Germinativos.
No relatório, constam informações sobre congelamento de embriões, doação de material para pesquisa e ciclos de fertilização in vitro. Há também dados sobre transferências embrionárias, descarte de embriões, e taxas e indicadores de qualidade dos serviços. As informações foram enviadas por 157 (85,8%) dos 183 BCTGs cadastrados na Anvisa.
Crescimento contínuo
Os dados de 2019 mostram que o número de ciclos de fertilização in vitro vem crescendo no Brasil ao longo dos anos. De acordo com o relatório, no ano passado foram realizados 43.956 ciclos de fertilização, o que representou um crescimento de mais de 800 ciclos em relação ao ano anterior.
O ciclo de fertilização in vitro ocorre quando a mulher é submetida à produção (estímulo ovariano) e à retirada de oócitos (células reprodutivas femininas) para a realização de procedimentos de reprodução humana assistida (RHA) em serviços especializados.
Estados
O estado de São Paulo foi o que mais realizou ciclos, chegando a 21.162, o que representou 48% do total do país. Em segundo e terceiro lugares, respectivamente, ficaram os estados de Minas Gerais (4.312) e Rio de Janeiro (4.095).
Embriões
O documento aponta também que, em 2019, foram congelados 99.112 embriões para uso em técnicas de RHA, 11,6% a mais do que em 2018 (88.776). Os estados que mais congelaram embriões foram São Paulo (52.160), Minas Gerais (8.463) e Rio de Janeiro (7.823). Por região, a distribuição percentual de embriões congelados foi a seguinte: 71% no Sudeste; 11% no Nordeste e no Sul; 5% no Centro-Oeste; e 1% na região Norte.
Transferência de embriões
A partir do total de embriões congelados (99.112) e dos ciclos realizados (43.956) em 2019, foram registradas 25.210 transferências por meio de técnicas de RHA. Esse dado refere-se à quantidade de embriões transferidos para o útero da paciente, através de procedimentos médicos adequados. Neste quesito, houve uma redução de aproximadamente 65% em relação ao número de transferências ocorridas em 2018 (70.908).
O relatório informa, ainda, que 22 embriões congelados foram doados para pesquisas com células-tronco embrionárias em 2019. De acordo com a legislação, a doação é permitida se os embriões forem inviáveis para o processo de inseminação artificial ou se estiverem congelados há mais de três anos, desde que congelados até 2005. Em ambos os casos, é necessário o consentimento dos genitores.
Indicadores de qualidade
Segundo a Anvisa, as informações do SisEmbrio também permitem realizar a avaliação de indicadores de qualidade para os BCTGs. Um desses indicadores é a média da taxa de fertilização in vitro. Esse indicador avalia o número de óvulos fecundados em relação ao total de óvulos inseminados e tem sido usado como parâmetro de eficiência na reprodução humana assistida.
Isso porque esse conjunto de dados fornece informações importantes sobre a padronização dos processos realizados nos BCTGs e reflete aspectos sobre a qualidade do laboratório, tais como ambiente favorável para a realização dos procedimentos e manejo correto de materiais e equipamentos, bem como a qualidade da manipulação.
De acordo com o relatório do SisEmbrio, em 2019 esse indicador foi de 76% para o conjunto de BCTGs que enviaram informações. A Anvisa destaca que esse percentual é elevado e compatível com os valores sugeridos pela literatura internacional, que devem estar acima de 65%.
Esses dados têm sido usados pela Agência, em conjunto com as Vigilâncias Sanitárias locais, para fortalecer as ações de inspeção nesses estabelecimentos, bem como podem ser usados pelos próprios BCTGs como um parâmetro de qualidade a ser seguido, de forma a propiciar uma melhoria de seus processos de trabalho.
Confira na íntegra os dados do 13º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio).
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