Workshop internacional discute as capacidades de portos e aeroportos
Como intervir para proteger a saúde das pessoas sem causar constrangimentos desnecessários ou prejuízos econômicos ao país? O tema foi debatido no primeiro dia do Workshop Fortalecimento das Capacidades Básicas do Regulamento Sanitário Internacional e Certificado Sanitário de Embarcações, que acontece em Fortaleza (CE) até a próxima sexta-feira ( 18). “O desafio dos países é oferecer máxima segurança às pessoas e ao mesmo tempo, evitar barreiras desnecessárias ao trânsito e ao comércio internacional”, destacou o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Daniel Lins Menucci, durante a abertura do workshop. O encontro reúne 18 países para discutir as ações de implementação do Regulamento e possibilidades de cooperação.
A vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras está prevista no novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI), publicado em 2005 pela OMS e em vigor desde 2007. Pontos de entrada dos países, esses ambientes são estratégicos por constituírem a primeira barreira às doenças. No Brasil, o controle sanitário nesses ambientes impediu a entrada do vírus H1N1 por 72 dias, enquanto outros países já registravam a transmissão sustentada.
No contexto de globalização atual, a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras torna-se ainda mais estratégica. “O aumento do trânsito de cargas e a intensa locomoção das pessoas exigem hoje do setor saúde uma capacidade rápida de resposta”, esclarece o diretor-adjunto da Anvisa, Neilton Araújo de Oliveira, ao falar sobre a multideterminação social da saúde. “ O problema de um país pode se tornar o problema de todos em poucas horas.E a solução pode se basear na cooperação ”,aponta Daniel Lins Menucci.
Frente às mudanças, o Regulamento Sanitário Internacional precisou ser atualizado: enquanto a versão anterior considerava obrigatória a notificação de apenas três doenças (febre amarela, peste e cólera), o novo regulamento obriga a notificação de qualquer emergência em saúde pública de importância internacional. Também foi extinto o chamado certificado de desratização exigido anteriormente das embarcações. O atual certificado é concedido após inspeções que observam diversos fatores, como a qualidade da água e dos alimentos consumidos a bordo,a água de lastro e o gerenciamento de resíduos.
Capacidades Básicas
Dentre as ações consideradas essenciais para a implementação do regulamento nos diversos países estão as capacidades básicas dos portos e aeroportos. Recursos humanos, ambientes seguros e controle de vetores (microrganismos causadores de doenças) são exemplos de capacidades básicas que, segundo o regulamento, devem ser desenvolvidas até 2012 nos principais portos e aeroportos dos países signatários.
O desenvolvimento dessas capacidades, por meio de planos de ação, deve ser capaz de oferecer aos pontos de entrada condições de atuar nas ocorrências de rotina, de se comunicar nas rotinas e nas emergências e de responder de forma efetiva a uma emergência em saúde pública.
A intersetorialidade é essencial para cumprir a tarefa: os órgãos de saúde de cada país dependem da colaboração dos órgãos que atuam em áreas relacionadas, como agricultura e administração aeroportuária, e também do setor privado. Durante o Workshop realizado pela Anvisa em parceria com a OMS e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), países de língua portuguesa e países da América do Sul trocam experiências sobre o andamento do processo, as facilidades e os desafios encontrados até agora.
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Imprensa/Anvisa