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Actos® (pioglitazona): informações sobre a segurança do medicamento.

 

Actos® (pioglitazona): informações sobre a segurança do medicamento.

29/09/10

 

 

A Anvisa divulga esse Informe aos profissionais da saúde após o cancelamento do registro do

Avandia® (rosiglitazona), medicamento da mesma classe farmacológica do Actos®

(pioglitazona).

Apesar de serem da mesma classe, o perfil de segurança entre ambos apresenta diferenças consideráveis.

Por isso, a Anvisa informa que está monitorando as reações adversas e irá, periodicamente,

avaliar sua relação benefício/risco, adequando seu texto de bula.

Entretanto, é necessário que os profissionais da saúde avaliem as contra-indicações,

advertências e outras informações de segurança da pioglitazona para que seja promovido o

seu uso seguro e racional. Além disso, é importante que os profissionais notifiquem as suspeitas de eventos adversos ao uso do medicamento.

 

 

Informações gerais

A pioglitazona faz parte de uma nova classe de medicamentos denominada tiazolidinedionas,

sendo agonista potente e seletivo para os receptores “gama” ativados pelo proliferador de

peroxissomo (PPAR gama). Em seres humanos, os receptores PPAR gama são encontrados em locais importantes para a ação da insulina, como o tecido adiposo, o tecido músculo-esquelético e o fígado, levando à redução das concentrações de glicose no sangue.

 

É um medicamento antidiabético de uso oral que atua, principalmente, por meio da redução da resistência à insulina. O cloridrato de pioglitazona é utilizado no manejo do diabetes mellitus tipo 2 (também conhecido como diabetes mellitus não insulinodependente ou de início da vida adulta).

 

A pioglitazona está indicada como um coadjuvante de dieta e exercícios para melhorar o

controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2 (diabetes mellitus não insulinodependente,

DMNID). Actos® (cloridrato de pioglitazona) está indicado para monoterapia, mas

está também indicado para uso em combinação com sulfoniluréia, metformina, ou insulina,

quando dieta e exercício associados a um agente único não resultam em controle adequado da

glicemia. O acompanhamento de diabetes tipo 2 deverá também incluir aconselhamento nutricional, redução de peso quando necessário e exercícios. Estas medidas são importantes não só para tratamento primário, mas também para manter a eficácia da terapia medicamentosa.

 

Principais contra-indicações e advertências

Pacientes que apresentam insuficiência cardíaca Classes III ou IV (New York Heart Association) e hipersensibilidade ao cloridrato de pioglitazona ou quaisquer outros componentes do produto, não devem fazer uso desse medicamento.

Caso o paciente mostrar evidência clínica de doença hepática ativa ou aumento de níveis de

transaminase sérica (TGP > 2,5 vezes o limite da normalidade), não deve ser iniciado o

tratamento.

Por não existirem dados sobre o uso de Actos® (cloridrato de pioglitazona) em pacientes

abaixo de 18 anos de idade, o uso de pioglitazona em pacientes pediátricos não é

recomendado.

Pacientes com insuficiência cardíaca sintomática não deve fazer uso do cloridrato de

pioglitazona.

Seu uso não é recomendado entre os pacientes com cetoacidose diabética ou diabetes mellitus

tipo 1 por ser inefetivo sem a presença de insulina.

 

Precauções

Pode ocorrer o desenvolvimento ou exacerbação de insuficiência cardíaca devido à retenção

de líquidos, além da possibilidade de aparecimento de edemas ou agravamento de edemas

existentes.

Os prescritores devem ficar atentos à possibilidade de ocorrência de hipoglicemia com o uso

concomitante de insulina ou hipoglicemiantes orais.

Existem relatos de aumento do risco de fratura óssea em mulheres, especialmente na parte

distal do membro superior (braço, mão ou pulso) ou distal do membro inferior (pé, tornozelo,

fíbula e tíbia).

Pode ocorrer elevação de enzimas hepáticas, por isso a recomendação da monitorização

dessas enzimas para todos os pacientes que estejam iniciando a terapia com Actos®

(cloridrato de pioglitazona).

Há relatos de ocorrência de ovulação e aumento do risco de gravidez não planejada em mulheres anovulatórias na pré-menopausa durante o tratamento com a pioglitazona.

 

Teratogenicidade

É considerado como categoria C (classificação do FDA), ou seja, estudos em animais indicam

efeitos adversos no feto, mas não existem estudos disponíveis controlados em mulheres.

Esse medicamento somente deve ser dado para mulheres grávidas se o potencial benefício

justificar os riscos potenciais ao feto.

 

Reações adversas mais relevantes

Existem diversas reações adversas a esse medicamento nos sistemas órgãos cardiovascular,

dermatológico, endócrino, gastrointestinal, hematológico, hepático, músculo-esquelético,

neurológico, oftálmico, renal, reprodutivo e respiratório. Abaixo estão descritas algumas das

principais.

Apesar de existirem relatos de insuficiência cardíaca e edemas, a pioglitazona parece reduzir

níveis de triglicerídeos e produz aumento significante no colesterol HDL (lipoproteína de alta

densidade). Existem diferenças na modulação da expressão dos receptores nucleares das

tiazolidinedionas, o que pode explicar uma menor proporção de eventos cardiovasculares da

pioglitazona em comparação com outros medicamentos da mesma classe farmacológica.

Desde 2006, já existiam suspeitas de que as glitazonas estivessem associadas a alguns tipos

de cânceres e fraturas. Os receptores PPAR gama, ligados ao mecanismo de ação das glitazonas, intervêm em muitos outros processos orgânicos e se desconhecem as conseqüências potenciais de sua estimulação em longo prazo. Entretanto, alguns dados experimentais sugerem que a ativação do sistema PPAR pode estar relacionada ao aparecimento do câncer.

A pioglitazona tem sido relacionada com câncer de bexiga e leiomiosarcoma e, da mesma

forma, a rosiglitazona com lipomas. No ensaio denominado PROactive (PROspective

pioglitAzone Clinical Trial In macroVascular Events) foi registrado um aumento marginal

significativo de incidência de câncer de bexiga entre os tratados com pioglitazona (0,5%)

comparados ao placebo (0,2%). Os autores da publicação referente ao ensaio PROactive não

consideraram atribuíveis ao fármaco.

No estudo ADOPT (A Diabetes Outcome and Progression Trial) e no PROactive,

foram registrados aumentos da incidência de fraturas ósseas distais com rosiglitazona (9,3%) e

pioglitazona (5,1%) comparados aos controle (4,27% e 2,5%, respectivamente).

Outras reações também foram descritas para o produto, como por exemplo: sinusite, cefaléia,

distúrbios dentários, diabetes agravado e faringite.

 

Algumas interações medicamentosas

Atorvastatina

Desogestrel

Drospirenona

Estradiol

Estradiol Valerate

Etinilestradiol

Etinodiol Diacetato

Etonogestrel

Gemfibrozila

Ginseng

Glucosamina

Goma Guar

Cetoconazol

Levonorgestrel

Levotiroxina

Medroxiprogesterona

Mestranol

Midazolam

Noretindrone

Norgestimato

Norgestrel

Psyllium

Rifampina

Erva de São João

Tipranavir

Tolvaptano

Topiramate

 

Recomendações

Os profissionais da saúde devem avaliar e monitorar o uso da pioglitazona em seus pacientes

buscando uma melhor efetividade e segurança do tratamento.

A Anvisa solicita que seja notificado, prioritariamente, as reações adversas graves1, mesmo

que descritas em bula, pelo sistema NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm