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Informe SNVS/Anvisa/UFARM nº 4, de 11 de dezembro de 2006

Risco de trombose venosa profunda (TVP) com uso de contraceptivos orais

Tendo em vista o acompanhamento do risco de aparecimento de trombose venosa profunda com o uso de contraceptivos orais, a Anvisa faz as seguintes considerações:


1 - O uso de contraceptivos orais combinados é de longa data conhecidos por estarem associados ao risco aumentado de eventos tromboembólicos venosos, particularmente trombose venosa profunda e embolismo pulmonar;

2 - Segundo estudos publicados no British Medical Journal – BMJ, as pílulas de baixa dosagem (30µg de estrogênios ou menos) são mais seguras do que as usadas antigamente (50µg de estrogênios). Os estudos atuais revelam que entre as pílulas modernas, as de 3
a geração (30µg de estrogênios associados às progestinas: desogestrel ou gestodene) possuem risco maior de desenvolverem TVP em relação às de 2a geração (30µg de estrogênios associados à progestina levonorgestrel);

3 - Deve-se lembrar que o risco geral é mínimo para mulheres não fumantes, sem outros fatores de risco para trombose, e com menos de 35 anos de idade.

A trombose venosa profunda é um quadro clínico grave, caracterizada pela formação de trombos (coágulos) dentro de veias profundas localizadas, na maioria das vezes, nos membros inferiores, quando a função da coagulação dentro dos vasos sanguíneos é desfavorecido por algum fator como uso de contraceptivos orais ou outros tipos de tratamento hormonal, tabagismo, presença de varizes, insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade, sedentarismo ou história prévia de trombose venosa.

Duas complicações comuns para TVP são a insuficiência venosa crônica, que se caracteriza por úlceras e episódios de flebite de repetição; e embolia pulmonar, uma doença grave que se caracteriza pela presença de febre, falta de ar e dor torácica. São sintomas clássicos de TVP: inchaço da panturrilha e/ou coxa das pernas; câimbras; febre; sensação de queimação nos membros afetados; vermelhidão nas pernas; veia espessada sensível ou palpável.

Pacientes pertencentes a grupos de risco (> de 35 anos, fumantes, peso acima do esperado, com problemas de coagulação) e que não tenham outra opção de método contraceptivo, não devem iniciar o uso de qualquer contraceptivo oral sem antes procurar assistência médica.

No Brasil, o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos, sediado na Unidade de Farmacovigilância da Anvisa, está acompanhando toda informação de segurança relativa a contraceptivos orais, e qualquer informação relevante será devidamente divulgada.

Responsável por promover a utilização correta e segura dos medicamentos comercializados, a Unidade de Farmacovigilância divulga essa informação e solicita a todos os profissionais de saúde que notifiquem suspeita de reações adversas a qualquer contraceptivo oral (e todas as suspeitas de reação adversa a qualquer medicamento) por meio do Formulário de Suspeita de Reação Adversa a Medicamentos.

Veja também:
Hershel Jick; James A Kaye; Catherine Vasilakis-Scaramozza; Susan S Jick. Risk of venous thromboembolism among users of third generation oral contraceptives compared with users of oral contraceptives with levonorgestrel before and after 1995: cohort and case-control analysis. BMJ 2000;321:1190-1195.