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Tropicamida: risco de eventos adversos graves relacionados ao uso de colírios contendo tropicamida na realização do teste do olhinho/teste do reflexo vermelho.

 

 

Tropicamida: risco de eventos adversos relacionados ao uso de colírios contendo a substância na realização do teste de olhinho/teste do reflexo vermelho. 

08/10/15

 

A Anvisa alerta sobre o risco, já identificado, associado ao uso de colírios midriáticos à base de tropicamida em crianças (principalmente em neonatos e crianças de 0 a 1 ano de idade), com a possibilidade de desencadeamento de reações adversas graves. Algumas das reações constatadas incluem edema facial, edema periorbital, hiperemia, hipertermia e desconforto respiratório.

Investigações realizadas pela Anvisa, em decorrência do recebimento de notificações via Notivisa, constataram eventos adversos decorrentes da utilização de colírios midriáticos para realização do teste do olhinho/teste do reflexo vermelho em estabelecimentos de saúde no Brasil.

O teste do reflexo vermelho (TRV) é uma ferramenta para detecção de alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares, glaucoma, toxoplasmose, retinoblastoma e outros problemas. A identificação precoce desses problemas possibilita o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. É um teste necessário e seguro que não necessita de uso de colírios midriáticos para a sua eficácia.

Segundo as Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância (Ministério da Saúde, 2013), o TRV deve ser realizado por meio da utilização de um oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho do paciente, em sala escurecida. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia relata tratar-se de um exame simples, rápido e indolor, e consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê.

Portanto, o perfil de segurança no uso da tropicamida durante a realização do TRV em crianças é desfavorável, tornando o procedimento menos seguro. O uso de colírio contendo tropicamida em crianças (principalmente em neonatos e crianças de 0 a 1 ano de idade) durante o TRV ou em qualquer outra situação, deve ser reservado aos casos em que houver necessidade expressa.

 

Recomendações

A Anvisa monitora continuamente os medicamentos e solicita aos profissionais de saúde e pacientes que notifiquem os eventos adversos ocorridos com o uso de qualquer medicamento. A comunicação de suspeitas de eventos adversos pelos pacientes pode ser realizada por meio do Formulário de Notificação de Eventos Adversos para o Cidadão ou ainda pelos canais disponíveis para atendimento ao cidadão:  Central de Atendimento ao Público  e Ouvidoria. Para o profissional de saúde, a Anvisa disponibiliza o sistema Notivisa para a realização das notificações de eventos adversos.

 

Referências bibliográficas

Teste do Olhinho. Conselho Brasileiro de Oftamologia. 

Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: Detecção e Intervenção Precoce para a Prevenção de Deficiências Visuais. Ministério da Saúde, 2013.